terça-feira, 19 de outubro de 2010

salada de fugas.

a morte a cada dia que passa menos me intimida
e mais me confronta.
cada dia que passa mais fácil fica decifrá-la.
soando os mais belos acordes da fé.
mais que fé?
a fé da hipocrisia,da ignorância?

oscilo entre os extremos da malicia e da pureza
me perco na incerteza de um 'eu' que liricamente não sou.
pra que métrica,se a recíproca não é verdadeira?
se fosse discorreria nessas cartas os mais belos sonetos,
estudaria as silabas poéticas,faria rondós e rondeis.

os guardas não me prendem,sou puritano.
a igreja não me absolve,sou pecador.
sou o 'meio termo', a razão.
ou não.

sou o compreensível incompreendido.
o surpreso mais consciente.
o burro mais inteligente
e acima de tudo o triste mais feliz.

abuso e tenho sucessivas overdoses,
da pior droga que existe: a lucidez.